Empresário Reginaldo Boeira, que comanda uma holding com 12 empresas, defende o uso da tecnologia como aliada do pensamento crítico, da criatividade e da empatia.
Por Redação Mundo RH
A inteligência artificial (IA) já não é mais uma promessa distante. No Brasil, ela se consolida como parte da engrenagem que movimenta o mercado de trabalho, acelerando processos, otimizando tarefas e desafiando líderes e equipes a se reinventarem. Neste novo cenário, a tecnologia avança — mas o fator humano continua no centro das transformações.
Dados do Boston Consulting Group mostram que profissionais com pouca experiência conseguem aumentar em até 35% sua velocidade de execução ao utilizarem ferramentas de IA, elevando a produtividade geral em até 14%. Já a Microsoft projeta que, até 2030, a IA poderá gerar 26 milhões de novos empregos no Brasil, desde que haja investimento consistente em capacitação — principalmente nos setores de serviços, saúde e tecnologia.
Mas essa revolução não depende apenas da tecnologia. Para Reginaldo Boeira, empresário à frente de uma holding com mais de dez empresas atuando em segmentos distintos, o sucesso da inteligência artificial passa, obrigatoriamente, por uma gestão mais humana. “A IA não veio para substituir o ser humano, mas para ampliar aquilo que ele tem de mais valioso: o pensamento crítico, a criatividade e a capacidade de tomar decisões com empatia”, afirma.
Boeira ressalta que a diferença entre empresas que prosperam com a IA e aquelas que apenas adotam a tecnologia está na forma como integram seus colaboradores à transformação digital. “Automatizar é importante, mas o verdadeiro ganho está em liberar as pessoas para trabalhos com mais propósito. Isso só é possível com lideranças próximas, que ouvem, inspiram e incentivam o aprendizado constante”, explica.
Nos negócios que lidera, a transição para o uso de IA é feita com base no diálogo entre gestores e equipes. A estratégia contempla desde a capacitação técnica até o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como comunicação, colaboração e empatia — qualidades que despontam como diferenciais em um mercado orientado por dados, mas essencialmente humano nas relações.
Estudos recentes da MIT Sloan Management Review corroboram essa abordagem: empresas que utilizam inteligência artificial de maneira personalizada podem aumentar sua produtividade em até 30% e ainda melhorar significativamente o clima organizacional.
Para Boeira, o domínio da IA já deixou de ser um diferencial e começa a se tornar um requisito para quem deseja se destacar no mercado. “As ferramentas mudam, mas o que permanece é a necessidade de profissionais com repertório, visão e capacidade de adaptação. A inteligência emocional, combinada ao domínio da IA, é o que vai moldar os líderes do futuro.”
Se antes havia o temor de que as máquinas assumiriam os postos de trabalho, hoje cresce a percepção de que a inteligência artificial, quando usada com responsabilidade e visão estratégica, pode ser a principal aliada do potencial humano. Afinal, no coração dessa nova economia movida por algoritmos, ainda pulsa o valor insubstituível das conexões humanas.

