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OpenAI aciona “código vermelho” e adia planos de publicidade no ChatGPT

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Chris Morris

3 minutos de leitura

Nos últimos dias, a OpenAI parecia estar prestes a liberar anúncios no ChatGPT. Mas a crescente pressão do Google a fez adiar seus planos, enquanto se prepara para uma disputa ainda mais acirrada no mercado de chatbots.

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O CEO da OpenAI, Sam Altman, emitiu um “alerta vermelho” à equipe na segunda-feira (dia 1º de dezembro) determinando que, neste momento, a única prioridade deve ser melhorar o ChatGPT. Como parte dessa decisão, ele teria adiado todos os outros projetos – incluindo a exibição de anúncios no chatbot.

A mudança veio poucos dias depois de Tibor Blaho, um engenheiro que vem trabalhando em uma extensão do Chrome com prompts prontos para o ChatGPT, postar em suas redes sociais que havia encontrado trechos de códigos que indicavam a presença de anúncios em uma versão beta do aplicativo para Android.

Os trechos incluíam termos como “anúncios em destaque”, “anúncios de busca” e “conteúdo da Bazaar”. Essa versão beta ainda não foi lançada ao público.

Altman sempre foi cauteloso ao falar sobre publicidade no ChatGPT. Durante uma conversa na Universidade Harvard, em 2024, revelou que “odeia anúncios”, mas que “não é totalmente contra a ideia”. E acrescentou que a OpenAI poderia considerar incluí-los no chatbot no futuro.

Mesmo assim, fez uma ressalva importante: “anúncios combinados com IA são algo particularmente preocupante para mim. Se a cada resposta do ChatGPT eu tivesse que considerar o quanto dela é apenas conteúdo patrocinado, não me sentiria nada confortável”.

Ainda assim, encontrar trechos de códigos com referências a anúncios não significa, necessariamente, que o ChatGPT vai passar a exibi-los. É possível que a OpenAI esteja planejando trabalhar com outras empresas para que elas usem dados do modelo para personalizar anúncios em seus próprios sites.

Procurada, a OpenAI não comentou sobre as linhas de código encontradas.

PERSONALIZAÇÃO SIM, PUBLICIDADE NÃO

O fato é que o ChatGPT se tornou um gigante no setor de IA. Em outubro, Altman revelou que o chatbot já soma 800 milhões de usuários ativos por semana – um salto enorme em relação aos 500 milhões registrados no fim de março. E isso tudo em apenas três anos.

Mas, conforme ele cresce, seus concorrentes também avançam. O Gemini, do Google, surgiu como a principal ameaça ao domínio da OpenAI, superando o ChatGPT em diversos testes da indústria. O Gemini 3, lançado no mês passado, também já chega com um público massivo – uma vez que foi integrado ao mecanismo de busca do Google e a todo o seu conjunto de ferramentas para desenvolvedores.

Sam Altman determinou que, neste momento, a única prioridade deve ser melhorar o ChatGPT.

O alerta de Altman mostra que a OpenAI está sentindo a pressão e que, como seus concorrentes, tem investido pesado para se manter na liderança da corrida da IA. Segundo ele, a empresa precisa melhorar a personalização do ChatGPT, deixá-lo mais rápido, torná-lo mais confiável e ampliar o tipo de perguntas que consegue responder.

Hoje, grande parte da receita da OpenAI vem de parceiros que usam sua API e de assinaturas pagas para acessar seus recursos mais avançados. A empresa deve chegar ao US$ 20 bilhões em receita este ano. E Altman acredita que esse número pode chegar a centenas de bilhões até 2030.

Ainda assim, a OpenAI diz que não sabe se vai conseguir ter lucro nos próximos cinco anos, devido ao alto custo computacional. As projeções para esse período são de prejuízos consideráveis, incluindo um déficit estimado em US$ 74 bilhões em 2028.


SOBRE O AUTOR

Chris Morris é jornalista, escritor, editor e apresentador especializado em tecnologia, games e eletrônicos. saiba mais


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