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OpenAI: de “salvadora da Bolsa” a preocupação com riscos crescentes da Inteligência Artificial

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O sentimento de Wall Street em relação a empresas associadas à inteligência artificial está mudando. E tudo gira em torno de duas companhias: a OpenAI está em queda, enquanto a Alphabet (GOGL34) está em ascensão.

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A criadora do ChatGPT deixou de ser vista como referência tecnológica e enfrenta questionamentos sobre a falta de lucratividade e a necessidade de crescer rapidamente para bancar seus compromissos de gastos massivos. Ao mesmo tempo, a controladora do Google desponta como uma concorrente com grande poder financeiro e presença em todos os segmentos ligados à IA.

“OpenAI era a criança dourada no início deste ano, e a Alphabet era vista de forma muito diferente”, afirmou Brett Ewing, estrategista-chefe da First Franklin Financial Services. “Agora, o sentimento está muito mais contido em relação à OpenAI.”

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Ações sob pressão

Como resultado, ações de empresas ligadas à OpenAI — principalmente Oracle Corp., CoreWeave Inc. e Advanced Micro Devices Inc., mas também Microsoft Corp., Nvidia Corp. e SoftBank (que possui 11% da companhia) — estão sob forte pressão vendedora. Enquanto isso, o impulso da Alphabet está elevando não só suas ações, mas também as de empresas associadas como Broadcom Inc., Lumentum Holdings Inc., Celestica Inc. e TTM Technologies Inc.

A mudança foi dramática em magnitude e velocidade. Há poucas semanas, a OpenAI provocava grandes ralis em qualquer empresa com algum vínculo com ela. Agora, essas conexões se parecem mais com um peso. É uma transformação com implicações amplas, dado o papel central da empresa, de capital fechado, na “mania da IA” que impulsionou o rali da bolsa nos últimos três anos.

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“Uma luz foi lançada sobre a complexidade do financiamento, os acordos circulares, os problemas de dívida”, explicou Ewing. “Tenho certeza de que isso também existe em certa medida no ecossistema da Alphabet, mas se revelou extremamente intenso nos acordos da OpenAI — e reconhecer isso mudou o sentimento.”

Um conjunto de empresas ligadas à OpenAI subiu 74% em 2025 — desempenho considerável, mas bem aquém dos 146% registrados por ações expostas à Alphabet. O Nasdaq 100, de forte peso tecnológico, avança 22%.

Alphabet competitiva

O ceticismo com a OpenAI remonta a agosto, quando o GPT-5 foi lançado e recebeu reações mistas. Ele aumentou no mês passado, quando a Alphabet divulgou a versão mais recente do modelo Gemini, recebendo elogios generalizados. Como consequência, Sam Altman, CEO da OpenAI, declarou um esforço de “código vermelho” para melhorar a qualidade do ChatGPT, adiando outros projetos até que o produto principal estivesse alinhado.

A força percebida da Alphabet vai além do Gemini. A empresa possui a terceira maior capitalização de mercado do S&P 500 e montante significativo de caixa. Também conta com negócios adjacentes, como Google Cloud e uma operação de manufatura de semicondutores que ganha tração. E isso antes de considerar seu volume de dados de IA, talento, distribuição e subsidiárias bem-sucedidas como YouTube e Waymo.

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“Há uma percepção crescente de que a Alphabet tem todas as peças para se tornar a construtora dominante de modelos de IA”, disse Brian Colello, estrategista sênior de ações de tecnologia da Morningstar. “Há poucos meses, os investidores dariam esse título à OpenAI. Agora há mais incerteza, mais competição, mais risco de que a OpenAI não seja a vencedora incontestável.”

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Representantes da OpenAI e da Alphabet não responderam aos pedidos de comentário.

Corrida pelo 1º lugar

A diferença entre estar em primeiro ou segundo lugar vai muito além do prestígio — ela também tem impactos financeiros significativos para as empresas e seus parceiros. Por exemplo, se os usuários migrando para o Gemini desacelerarem o crescimento do ChatGPT, será mais difícil para a OpenAI pagar pela capacidade de computação em nuvem da Oracle ou pelos chips da AMD.

Em contraste, os parceiros da Alphabet na construção de seu ecossistema de IA estão prosperando. As ações da Lumentum, que fabrica componentes ópticos para os data centers da Alphabet, mais que triplicaram neste ano, colocando a empresa entre as 30 melhores performances do índice Russell 3000. A Celestica fornece o hardware para a expansão da IA da Alphabet, e suas ações subiram 252% em 2025. Enquanto isso, a Broadcom — que está construindo os chips TPU, usados pela Alphabet — viu seu preço de ação saltar 68% desde o fim do ano passado.

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A OpenAI anunciou uma série de acordos ambiciosos nos últimos meses. Essa enxurrada de movimentos “justamente gerou escrutínio e preocupação sobre se a OpenAI consegue financiar tudo isso, se não está assumindo mais do que é capaz de executar”, disse Colello. “O timing do crescimento de receita é incerto, e cada melhoria feita por um concorrente aumenta o risco de a OpenAI não conseguir atingir suas metas.”

Vale ressaltar que, inicialmente, muitos desses acordos foram recebidos com entusiasmo pelos investidores, porque aparentavam moldar a próxima geração de vencedores em IA. Mas com a mudança no sentimento, esses mesmos investidores agora adotam uma postura de cautela.

“Quando as pessoas pensavam que a OpenAI conseguiria gerar receita e se tornar lucrativa, aqueles números pareciam possíveis”, disse Brian Kersmanc, gestor de portfólio da GQG Partners, que administra cerca de US$ 160 bilhões em ativos. “Agora estamos em um ponto em que as pessoas pararam de acreditar e começaram a questionar.”

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© 2025 Bloomberg L.P.

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