A Google apresentou, na quinta-feira, o Gemini Deep Research, a versão mais avançada do seu agente de pesquisa de inteligência artificial (IA). No mesmo dia, umas horas depois, a OpenAI apresentou o GPT-5.2, reforçando a intensa corrida pelo avanço da inteligência artificial.
O novo modelo da Google, descrito pela empresa como “mais poderoso que nunca”, permite que programadores integrem directamente nas suas próprias aplicações as capacidades de pesquisa autónoma mais avançadas da Google, tornando possível usar a IA da empresa em apps de terceiros.
O modelo funciona através da nova Interactions API (Interface de Programação de Aplicações), concebida para dar maior controlo aos programadores numa era de IA com agentes autónomos, explica a empresa em comunicado. A API, também anunciada na quinta-feira, está disponível numa versão ‘teste’ aberta através da Gemini API no Google AI Studio, a plataforma da Google onde programadores e empresas podem criar, testar e gerir projectos de IA.
O Gemini Deep Research foi optimizado para “realizar tarefas longas de recolha e análise de informação”, segundo o comunicado da Google. O seu núcleo de raciocínio é o Gemini 3 Pro, descrito como o modelo de IA mais capaz e rigoroso da empresa tecnológica.
O novo modelo foi especialmente treinado para reduzir “alucinações” — situações em que um LLM (large language model) cria respostas que não são verdadeiras, nem baseadas em factos — e produzir relatórios de alta qualidade durante “tarefas complexas”. O agente consegue “navegar sozinho por grandes volumes de informação com grande precisão” e, em breve, acrescenta a empresa, estará disponível no Google Search, NotebookLM, Google Finance e na app Gemini.
Para avaliar o desempenho deste agente, a Google criou o DeepSearchQA, um novo teste aberto que mede a capacidade de pesquisa e síntese de informação de forma detalhada.
Ora, no mesmo dia, 11 de Dezembro, a OpenAI lançou o GPT‑5.2. O anúncio surge semanas após o CEO da empresa, Sam Altman ter activado internamente um “código vermelho”, suspendendo projectos secundários e redireccionando equipas para acelerar o desenvolvimento do agente de IA em resposta ao Gemini 3, o novo modelo da Google, lançado em Novembro, que tem superado o ChatGPT, a ferramenta de IA mais usada em Portugal, em vários testes independentes.
OpenAI acelera desenvolvimento
Segundo a Open AI, o GPT‑5.2 traz melhorias em inteligência geral, programação, compreensão de contextos longos e também redução de “alucinações”. O modelo é também mais eficiente na criação de folhas de cálculo, elaboração de apresentações e gestão de projectos complexos em vários passos, prometendo “mais valor económico para as pessoas”, cita a empresa, em comunicado.
A OpenAI também anunciou que as versões GPT‑5.2 Instant, Thinking e Pro vão ser disponibilizadas no ChatGPT, começando pelos planos pagos. Na API eles já estão disponíveis para todos os programadores.
Ainda na quinta-feira, a Disney anunciou um investimento de mil milhões de dólares (cerca de 850 milhões de euros) na OpenAI, para integrar personagens da Marvel, Pixar e Star Wars no Sora e ChatGPT. Será já a partir do início de 2026, que utilizadores do Sora e do ChatGPT poderão criar vídeos e imagens com mais de 200 personagens do vasto catálogo da Disney.
Esta sequência de lançamentos faz parte da intensa corrida pela liderança no negócio das pesquisas e da inteligência artificial entre a Google e OpenAI.

