Hardwares que atingiram o fim de sua vida útil estão gerando uma quantidade cada vez maior de lixo eletrônico em todo o mundo. Isso torna ainda mais importante reciclar materiais descartados sempre que possível. Neste contexto, pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Zurique apresentaram no início de 2024 um método interessante para extrair ouro de lixo eletrônico.
Por mais emocionantes que sejam os experimentos e seus resultados, por enquanto eles são apenas resultados de testes iniciais e estão longe de ser uma abordagem pronta para o mercado, especialmente porque os indivíduos privados não podem ser o foco. De qualquer forma, é fascinante saber exatamente como os pesquisadores procederam, especialmente porque o método representa uma maneira potencialmente promissora de derivar valor real de resíduos eletrônicos antigos.
Como os cientistas conseguiram isso?
De acordo com a descrição da ETH Zurich, todo o processo funciona da seguinte forma:
- Para criar a esponja, eles desnaturaram proteínas do soro de leite em condições ácidas e altas temperaturas para que elas se agregassem em nanofibrilas de proteína em um gel.
- Os cientistas então secaram o gel e criaram uma esponja a partir dessas fibrilas de proteína.
- Para recuperar ouro em um experimento de laboratório, a equipe recuperou as placas de circuito eletrônico de 20 placas de computador antigas e extraiu as peças metálicas. Eles as dissolveram em um banho de ácido para ionizar os metais.
- Quando eles colocaram a esponja de fibra proteica na solução de íons metálicos, os íons de ouro aderiram às fibras proteicas.
A imagem a seguir, da ETH Zurique, ilustra todo o processo. A esponja é aquecida no final, e os flocos de ouro resultantes são finalmente derretidos em uma pepita. A pepita de ouro (em três partes) mostrada é composta de 91% de ouro e 9% de cobre, o que resulta nos 22 quilates mencionados anteriormente.
O que torna o método tão especial?
A ETH Zurich afirma que o método tem vantagens decisivas sobre outras abordagens:
- Os métodos usados até agora consomem muita energia e envolvem o uso de produtos químicos altamente tóxicos.
- O novo método, por outro lado, usa um produto residual da produção de alimentos para o processo mais importante e todo o processo consome relativamente pouca energia.
O líder do projeto, o professor Raffaele Mezzenga, do Departamento de Ciências da Saúde da ETH Zurique, afirma que isso transforma dois resíduos em ouro. O relatório da ETH conclui com a seguinte citação de Mezzenga: “Não poderia ser mais sustentável!”. No entanto, ainda não se sabe se tudo isso atingirá a maturidade de mercado de forma ampla, como os cientistas esperam.
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