Um estudo recente da IBM mostrou que muitos gestores não estão obtendo o que desejam da inteligência artificial. Mesmo assim, é fato que algumas empresas estão usando ferramentas de IA e demitindo funcionários para economizar custos. Por exemplo, a Klarna, empresa sueca que oferece serviços financeiros online, esteve de forma constante no noticiário ultimamente.
1. Ela treinou a IA que iria substituí-la
Vera Papisova é uma jornalista que admite amar seu trabalho, mas onde ganha um bom dinheiro é como redatora – que fazia como trabalho paralelo. Ela começou a trabalhar em uma empresa, mas o que não lhe disseram foi que o que ela estava fazendo era treinar a IA que a substituiria. Papisova agora compartilha histórias de outras pessoas em seu perfil nas redes sociais.
@verapapisova How I lost my job to AI. Part 1. Follow for the whole story. #ai #artificialintelligence #hireme #journalist #machinelearning #tech ♬ original sound – Vera Papisova
2. Uma rádio apresentada por um grupo de IA
Mateusz Demski é um jornalista polonês de 31 anos que trabalha como freelancer há 10 anos escrevendo para revistas e sites de cinema. Ele apresentava um programa duas vezes por semana na Rádio Cracóvia e foi demitido em agosto de 2024, junto com vários colegas que também trabalhavam meio período. A justificativa dada foi que emissora estava com dificuldades financeiras. Mais tarde, ele soube que a rádio estava lançando programas apresentados por três personagens de IA. Depois de uma petição, a rádio removeu as IAs.
3. IA + “estagiário > departamento profissional
No Reddit, o usuário Monarc73 compartilhou um caso. A esposa dele trabalhava fazendo vídeos educativos. Ela e a equipe formada por outras 11 pessoas foram demitidas da empresa. Em seus lugares, entraram uma IA e apenas um pessoa recém-formada no ensino médio – que foi contratada apenas para atuar dando comandos para essa IA.
4. As IAs ‘artistas’
Lina Meilina é uma ilustradora indonésia de 30 anos. Ela cria ilustrações no estilo anime e obtém a maior parte de sua renda com encomendas: desenha personagens personalizados para clientes e também cria os seus próprios. Ela diz que, mesmo antes da chegada das ferramentas de inteligência artificial, não era fácil porque as leis de direitos autorais em seu país são fracas, e ela viu pessoas roubando seu trabalho e vendendo em sites como o AliExpress.
Mas agora há uma dificuldade adicional: a IA dificulta a comprovação da propriedade, pois pode pegar sua arte e fazer pequenas alterações, tornando-a uma cópia não exata: “As pessoas podem pegar sua arte e inseri-la em um programa de IA para criar obras. Um seguidor meu recentemente usou IA para representar meus personagens fazendo algo inapropriado. Tentei denunciar, mas a plataforma disse que isso não violava sua política de direitos autorais”, explica ela.
Meilina conta que descobriu a IA generativa há alguns anos, assistindo a uma apresentação do software Midjourney por um youtuber. “Desde o ano passado, quando a IA decolou, minha carga de trabalho despencou. Eu costumava receber até 15 encomendas por mês; agora, recebo cerca de cinco”, explica a artista.
5. De ganhar muito a viver em um trailer
No mês passado, o Genbeta publicou a história de um programador de computador que perdeu o emprego devido à IA e não consegue encontrar outro. Shawn K, um engenheiro de software de 42 anos com mais de vinte anos de experiência e diploma universitário, recebeu seu aviso de demissão da empresa onde trabalhava, especializada no metaverso, no ano passado.
Em seu blog no Substack, Shawn, que agora vive em um trailer, alerta que o que aconteceu com ele é apenas o começo de um “tsunami de desastre social e econômico”. “A grande substituição já está em andamento”, diz ele, argumentando que a discussão sobre a IA substituindo empregos continua parecendo algo do futuro, mas que na verdade já está acontecendo.
6. Ela perdeu o emprego… em 2017
Esta história é marcante porque, embora o avanço da IA seja mais recente, também existem casos de muitos anos atrás. Bernadette Callahan conta em seu blog no Medium como perdeu o emprego para a inteligência artificial lá em 2017. “O futuro chegou muito mais rápido do que eu esperava. Como profissionais de marketing, nós o havíamos antecipado, mas não na medida em que se materializou e nem tão cedo”.
A jornalista especialista em marketing de conteúdo online fala sobre o software www.tessa.ai ter assumido seu papel. Se no caso número 1 de Vera Papisova ela não sabia que estava treinando a IA que a substituiria, Bernadette Callahan acabou trazendo o problema para ela própria: “Achei uma ferramenta interessante para profissionais de marketing iniciantes com pouca ou nenhuma experiência”, explicou a profissional. Por fim, o chefe dela, em busca de cortar custos, pediu para ela demitir a maioria da equipe de redatores dela para substituí-los por IA. Ela recusou fazer isso e se demitiu do cargo de gerente.
7. Um software que dubla atores
Richie Tavake é um dublador que ficou treinando para exercer a profissão por 10 anos e tem vasta experiência profissional. Ele contou sobre o caso dele: “Recentemente, eu estava ouvindo uma série que gravei e ouvi meu personagem dizer uma fala, mas não era a minha voz. Eu não tinha gravado aquela parte. Entrei em contato com o produtor, que me disse que tinha inserido minha voz em um software de IA para inserir a fala extra. Mas ele não tinha pedido minha permissão”. Além disso, Tavake descobriu que a empresa havia publicado a voz dele em uma plataforma, permitindo que outros produtores a acessassem. O dublador solicitou a remoção, mas isso demorou uma semana e ele precisou falar com cinco pessoas para resolver o caso.
O Screen Actors Guild (SAG-AFTRA) lançou uma greve no ano passado contra alguns grandes estúdios de jogos de videogame porque os dubladores estavam insatisfeitos com a falta de proteção contra a inteligência artificial. Conforme relatado pelo The Guardian, os desenvolvedores podem gravar os atores e a IA pode usar esses trechos de áudio iniciais para gerar mais gravações, mas os atores não são pagos pelo material adicional gerado pela inteligência artificial.
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