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Por que o Brasil é um país exportador de talentos em tecnologia

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Empresas internacionais estão cada vez mais voltadas ao Brasil na busca por profissionais qualificados. Com um mercado interno em franca expansão e uma força de trabalho reconhecida pela resiliência, criatividade e alta capacidade de adaptação, o país vem se consolidando como celeiro de talentos globais, especialmente na área de tecnologia.

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E os números comprovam isso. Segundo relatório da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), o Brasil já representa 34,7% de todo o mercado latino-americano de tecnologia e TI, registrando crescimento de 13,9% em 2024, acima da média mundial. Esse crescimento está diretamente ligado ao aumento de oportunidades – o macrossetor de TICs ultrapassou 2,06 milhões de profissionais empregados formalmente e tem expectativa de gerar 147 mil novas vagas apenas em 2025, segundo o relatório Panorama do Setor de TICs 2025, da Brasscom.

A contratação de brasileiros por empresas internacionais está em alta, e este mercado deve seguir em ascensão – o trabalho remoto se consolidou como estratégia global

Para empresas estrangeiras, contratar brasileiros faz cada vez mais sentido. Além de fatores econômicos, a proximidade de fuso horário com os EUA e a Europa tem impulsionado modelos de nearshoring – equipes brasileiras conseguem trabalhar em tempo real com sedes no exterior, sem as barreiras típicas de equipes na Ásia ou na África.

Mais do que dominar linguagens de programação ou stacks complexas, o brasileiro conquista espaço no mercado global pelo conjunto de soft skills estratégicas – facilidade de relacionamento, capacidade de resolver problemas sob pressão, disposição para aprender e uma notável habilidade de “fazer mais com menos”.

Mas, apesar do reconhecimento técnico, o idioma ainda é um divisor de águas, e os profissionais precisam se atentar a isso. O EF English Proficiency Index 2024 classifica o Brasil na faixa de proficiência baixa, o que indica que muitos profissionais ainda não conseguem atuar com naturalidade em ambientes globais. Ter inglês intermediário pode ser suficiente para consumir conteúdos técnicos, mas não basta para disputar vagas estratégicas. Empresas esperam diferentes níveis: inglês operacional para tarefas técnicas, inglês avançado para liderança e inglês executivo para negociação e apresentações de alto nível. Neste cenário, investir em cursos de conversação profissional, certificações como TOEFL ou IELTS e práticas reais de comunicação são diferenciais competitivos.

E mais – as empresas internacionais buscam também por profissionais generalistas com especializações estratégicas. Em 2024, pesquisa global da Deel revelou que 42% dos líderes de tecnologia evitam contratar candidatos sem noções básicas de Inteligência Artificial e automação. Desenvolvedores que aplicam IA para revisão de código ou automação de testes, e engenheiros de segurança que usam IA para detecção de vulnerabilidades, ganham destaque. Certificações globais como AWS SAA, Azure AZ-104, GCP ACE, CompTIA Security+ e certificações de dados como DP-203 se tornaram sinais claros de credibilidade.

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Então, para ser assertivo e estar apto a ganhar destaque neste cenário tão favorável, um dos primeiros passos é básico. Em um mercado remoto, o perfil online é a primeira entrevista – o LinkedIn deve estar em inglês, com títulos claros e métricas de impacto. A seção About precisa contar uma história de impacto com resultados quantificáveis. No GitHub, commits claros, documentação e projetos com integrações CI/CD mostram profissionalismo. Participar de comunidades globais, publicar artigos sobre tecnologia e palestrar em eventos online também fortalece a marca pessoal.

Para quem atua em home office, infraestrutura é essencial: internet de alta velocidade com redundância, ambiente silencioso, câmera HD, microfone de qualidade e conhecimento em LGPD e GDPR são obrigatórios. Habilidades de gestão de tempo e comunicação assíncrona consolidam o brasileiro como um parceiro estratégico.

A contratação de brasileiros por empresas internacionais de tecnologia está em alta, e este mercado deve seguir em ascensão – o trabalho remoto se consolidou como estratégia global. Empresas reconhecem no brasileiro um profissional criativo e resiliente. E você, está preparado para ser o próximo contratado?

Christina Curcio, CEO da RH ROOM, é doutora em Business Administration pela Florida Christian University-EUA, doutora em Economia pela Universidade de La Matanza, mestre em Desenvolvimento de Tecnologia pela UFPR, perita forense, professora e autora dos livros Sistemas de Informação Gerencial e Qualidade e Usabilidade de Software.

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