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Pilar, na arquitetura e na construção civil, são elementos construtivos sem os quais nada se mantém de pé. Por mais sólidas que sejam as fundações e alicerces, sem pilares robustos não é possível projetar estruturas para o crescimento. Esse elemento essencial da construção está historicamente presente dos templos clássicos e catedrais milenares às construções contemporâneas.

Por outro lado, a palavra é também nome próprio, feminino. Uma mulher forte que o carrega é a jornalista espanhola Pilar del Rio, viúva do escritor português José Saramago. Além do amor de uma vida, foi ela a primeira leitora, revisora e muitas vezes tradutora das obras do agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura. Direcionavam-se também a ela a maior parte das dedicatórias dos livros. Em “As Intermitências da Morte”, Saramago define: “para Pilar, minha casa”. Assim é a Universidade Federal do Ceará (UFC) para tantos que por ela passaram ou a amam, vivem e dirigem – uma casa.

Imagem: Foto posada da vice-reitora Diana Azevedo e do reitor Custódio Almeida sorrindo

Hoje, 20 de agosto, completa-se um ano desde que a atual gestão, escolhida pela comunidade acadêmica, foi referendada pela Presidência da República como condutora desta casa para um mandato de quatro anos. Em tom retrospectivo, tanto quanto repercutir os fatos que marcaram esses 366 dias – com o acréscimo do bissexto 2024 –, interessa compartilhar uma importante reflexão: em quais pilares se fundamenta o trabalho complexo, árduo e gratificante de gerir uma Universidade? O que garante a sustentação e permite que a casa se amplie?

Para o reitor Custódio Almeida, o pilar número um da atual gestão, o apreço à democracia, “fez-se verbo” ainda na hora de batizar como “UFC Viva e Democrática” a chapa que encabeçaria ao lado da Profª Diana Azevedo (então vice-diretora do Centro de Tecnologia e hoje, vice-reitora e pró-reitora de Relações Interinstitucionais). “Democracia não é simplesmente uma ideia que a gente desenvolve sozinho. Ela só acontece junto com o outro. É um compromisso que tem que se desdobrar em práticas cotidianas, em meio a diferenças, contrastes, conflitos. É uma aprendizagem permanente”, resume Custódio.

Partindo desse princípio, emergiram mudanças. A principal delas, na visão de ambos os dirigentes, foi a sensação de ter “gabinetes abertos”, ocupados por quem não se furta à autoavaliação, ao diálogo e à abertura para a escuta. “Praticamente todas as pessoas que querem ser ouvidas pelo reitor ou pela vice-reitora o são. É feita apenas uma triagem simples do que é a pauta, se ela pode ser resolvida através de uma das instâncias administrativas existentes”, conta a Profª Diana Azevedo, admitindo que o novo tom faz jus a tudo o que a Universidade tem a comemorar neste ano, das metas institucionais ao próprio Jubileu de Platina (70 anos).

Imagem: Foto posada dos gestores da UFC enfileirados nas escadarias do Salão Nobre da Reitoria da UFC

DEMOCRACIA COMO PONTO DE PARTIDA – Não existe democracia sem oportunidade de ampla participação. A máxima, que um dia fez parte da plataforma de campanha, passou a ser um compromisso da dupla alçada à Reitoria. O primeiro passo nesse sentido foi a recomposição do Conselho Universitário (CONSUNI) e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que tiveram suas representações atualizadas, conferindo assentos a todos os segmentos das comunidades acadêmica e externa previstos nos normativos que regem a área.

“O melhor foi ver que os estudantes tiveram chance de reorganização. Eles estavam, vamos dizer, ‘esfacelados’ em um plano de movimento estudantil. Em 2023 ainda, já conseguiram se organizar, eleger dirigentes para as entidades de base e para o Diretório Central dos Estudantes (DCE), e assumir seu lugar nos conselhos superiores, que agora estão em pleno funcionamento, ocupados”, reconhece o reitor. Segundo Diana, conferir transparência e representatividade às decisões em nível colegiado pacificou a Instituição, trouxe legitimidade às ações e gerou uma atmosfera coletiva favorável aos projetos de expansão – que são muitos.

Se mar calmo nunca fez bom marinheiro, a aderência da UFC ao movimento grevista nacional, deflagrado internamente pelos servidores técnico-administrativo em 15 de março e, em 15 de abril, pelos servidores docentes, foi uma das ocasiões em que o debate democrático se mostrou mais valioso.  Ainda na primeira semana de cada paralisação, o reitor e a vice-reitora receberam representantes dos comandos de greve junto com dirigentes da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP).

O objetivo dos encontros, que ocorreram várias vezes no decorrer do período grevista, teve como principal finalidade reforçar junto aos setores a legitimidade do direito à greve, dialogar sobre as impressões dos trabalhadores a respeito de suas carreiras e acolher demandas para serem levadas às mesas de negociação. “Nós passamos bem por tudo isso porque dialogamos com as categorias, demos garantias a todos, do ponto de vista da gestão, de que o direito poderia e deveria ser cumprido. Ao final, foi assim que se deu o processo, com conversa e segurança jurídica”, relata Custódio.

Imagem: Reunião do reitor Custódio com o comando de greve dos servidores técnico-administrativos

A democracia seguiu dando o tom em diversas ocasiões de aproximação com atores da comunidade universitária, do poder público e da sociedade civil. Nesse sentido, houve importante contribuição da Coordenadoria de Articulação Política Institucional (CAPI), estrutura criada pela gestão no Gabinete da Reitoria, que tem mediado a relação com docentes, técnicos e estudantes, além de pactuado acordos de cooperação com diversas secretarias estaduais e ministérios.

Outro passo importante no tocante a deliberação e participação foi o início das atividades da Comissão Organizadora da Estatuinte, grupo responsável pela revisão do Estatuto e do Regimento Geral da UFC. O colegiado deu início a suas atividades com a anuência do CONSUNI e já vem trabalhando ativamente na metodologia e constituição de grupos de trabalho setoriais que culminarão nas novas versões dos documentos oficiais.

Fora da Reitoria, a atmosfera democrática se espalha em várias frentes. Na Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT), nascida pouco após o início da gestão, ela se concretiza por meio do recém-lançado Plano de Cultura da UFC. Fruto de parceria entre a Universidade e o Ministério da Cultura, o plano traz o lema “Cultura se faz junto!” e promoverá consultas e seminários nos campi de Fortaleza e do interior do Estado, para construção das diretrizes e metas da área da Cultura da Universidade para os próximos seis anos.

Na Ouvidoria Geral da UFC, a escuta atenta e o investimento em melhorias colhem resultados positivos. Com 100% das manifestações obtendo retorno dentro do prazo, o órgão da administração é avaliado positivamente pelo painel Resolveu?, da Controladoria-Geral da União (CGU), segundo o qual 88% das manifestações das comunidades interna e externa conseguiram, no último ano, respostas conclusivas e afirmativas. Também está a pleno vapor na Ouvidoria a construção do Plano de Dados Abertos da UFC, que deve disponibilizar ao público no início de 2025 mais de 90 bases de dados setoriais.

Essa Universidade que se abre resulta na construção gradual de uma cultura interna mais colaborativa. E quem está na lida direta com servidores, estudantes e público externo, tem sido capacitado e incentivado a incorporar uma postura de respeito e receptividade. A Central de Relacionamento da PROGEP, por exemplo, passou a atuar em novo formato, anexo ao gabinete da pró-reitoria, e estendeu o suporte aos servidores a diferentes níveis e ferramentas (com destaque para o retorno do atendimento via WhatsApp).

A Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE) acrescentou às suas rotinas encontros periódicos para alinhamento com os estudantes beneficiados pelas políticas de assistência e com o próprio movimento estudantil. O documento Carta de Reivindicações Estudantis, entregue pelos alunos durante seu ato de greve, tem guiado a realização de eventos abertos para fortalecer o diálogo entre a PRAE e o corpo discente, com o recebimento e monitoramento do status das demandas trazidas pelos estudantes.

O respaldo institucional a essa atitude de prospecção foi reforçado pelo Prof. Custódio Almeida na reunião de avaliação de um ano da gestão, realizada na manhã desta terça-feira (20), na Reitoria. “Minha agenda, a partir deste marco do primeiro ano, terá toda semana um tempo para estar presente nas unidades administrativas e acadêmicas”, disse o reitor, sinalizando que, além de escutar, quer estar presente no dia a dia de quem está na ponta.

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Fonte: Gabinete da Reitoria – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

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