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Principais fake news que se tornaram virais em 2025 – Ranking DW

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O ano de 2025 marcou um ponto de virada na evolução das campanhas de desinformação. Com o avanço da inteligência artificial (IA), a indústria das fake news ganhou novo impulso, alavancando ainda mais posts e vídeos curtos com conteúdo falso, que foram visualizados e compartilhados milhões de vezes.

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Algumas dessas falsificações tinham puro caráter de entretenimento. Outras, no entanto, foram criadas com o claro objetivo de manipular opiniões, como mentiras em torno da guerra da Rússia na Ucrânia ou até sobre o presidente francês, Emmanuel Macron.

Impulsionadas por IA generativa, deepfake e estratégias de segmentação nas redes sociais, essas campanhas de desinformação borraram a linha entre realidade e ficção em uma escala sem precedentes. De vídeos sintéticos buscando influenciar o comportamento do eleitorado a narrativas falsas que alimentam tensões geopolíticas, a desinformação em 2025 acelerou de forma inédita – a ponto de hoje representar uma ameaça sistêmica aos processos democráticos e à confiança pública.

Ao longo do ano, a equipe de checagem da DW publicou uma série de verificações de fatos, desmistificando diversas narrativas falsas e enganosas que moldavam debates sobre política, saúde, clima, tecnologia, esportes e história.

Confira abaixo algumas histórias que dominaram o cenário da desinformação em 2025.

Política: desinformação influenciando eleições

Alegações falsas sobre eleições e campanhas de desinformação com o objetivo de influenciar os eleitores proliferaram pelo mundo, sobretudo no Brasil e na Moldávia.

Na arena política mundial, um dos principais alvos de desinformação em 2025 foi o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. Desde falsas alegações do presidente dos EUA, Donald Trump, em fevereiro, de que Zelenski havia perdido o apoio popular, até críticas contra o ucraniano durante sua visita à Casa Branca, em março, levaram a uma nova onda de desinformação sobre a guerra na Ucrânia. 

Trump e Vance se encontram com o presidente ucraniano Zelenski no Salão Oval
Na arena política mundial, Zelenski foi um dos principais alvos de desinformação em 2025Foto: Jim Lo Scalzo/UPI Photo/Newscom/picture alliance

Nos Estados Unidos, o então recém-eleito prefeito da cidade de Nova York, Zohran Mamdani, também foi alvo de fake news. Menos de uma semana após sua vitória, circulavam na rede vídeos falsos de bandeiras americanas sendo substituídas por palestinas e de multidões de muçulmanos na Time Square. Em ambos os casos, os vídeos eram de datas anteriores à eleição e não tinham relação alguma com Mamdani.

Mitos sobre saúde e clima

A verificação de fatos da DW constatou que a desinformação sobre saúde ia de afirmações bizarras como “uso de protetor solar aumenta o risco de câncer de pele” e “comer certos alimentos durante a gravidez deixa a pele do bebê mais clara” até afirmações mais perigosas como “uma dieta saudável pode curar o câncer de mama”.

No Paquistão, boatos durante a campanha de vacinação contra o HPV diziam que os imunizantes causavam infertilidade e deficiências, geraram hesitação e até ameaças contra profissionais de saúde.

No âmbito do clima, negacionistas continuaram distorcendo pesquisas em 2025. Em março, foram divulgadas imagens de satélite mostrando um crescimento das geleiras na Antártida. Isso foi suficiente para gerar rumores de que “o aquecimento global acabou” ou mesmo de que seria uma farsa completa. Mas a realidade é muito mais complexa: especialistas consultados pela DW explicam o aumento como flutuações naturais do fenômeno, sem necessariamente refletir uma tendência. O recorte, em suma, é muito curto.

Vista aérea do iceberg A23a nas águas do Oceano Antártico, ao largo da Antártida, em 14 de janeiro
Em 2025, ressurgiram rumores de que “o aquecimento global acabou”Foto: Richard Sidey/AFP

Tecnologia, esportes e história – indústria da desinformação não poupa nada

Em 2025, cada vez mais pessoas recorreram à IA para obter respostas. Segundo o relatório Generative AI and News 2025, do Instituto Reuters, o uso semanal de sistemas de IA generativa, como o ChatGPT, e o consumo de notícias por meio de IA generativa praticamente dobraram.

Ferramentas de verificação de fatos por IA também ganharam popularidade – mas ainda erram com frequência. Um estudo recente aponta que elas muitas vezes pecam no fornecimento de informações precisas e baseadas em fatos.

Mas não foi apenas a tecnologia que impulsionou a desinformação em 2025. Tópicos controversos que despertam emoções também se tornaram um terreno fértil para narrativas falsas que se espalham rapidamente nas redes sociais. Um deles foi o debate sobre mulheres transgênero no esporte, que se intensificou depois que Trump assinou um decreto proibindo atletas trans nas competições femininas.

A DW analisou estudos e conversou com especialistas: mulheres trans têm realmente uma vantagem injusta no esporte? Outra polêmica girou em torno da vitória-relâmpago de Imane Khelif, boxeadora argelina e mulher cisgênero, que também foi alvo de uma série de falsas alegações de que seria uma atleta trans.

Boxeadora argelina Imane Khelif
Vitória-relâmpago da boxeadora argelina Imane Khelif reacendeu polêmica sobre gêneroFoto: Ariana Cubillos/AP Photo/picture alliance

Temas históricos também foram usados ​​para disseminar narrativas falsas ao longo do ano. Em fevereiro, circularam informações incorretas sobre o número de mortos nos bombardeios aliados a Dresden, em 1945. No último ano da Segunda Guerra Mundial, esquadrões britânicos e americanos realizaram ataques aéreos devastadores à cidade alemã. Estudos apontam até 25 mil vítimas entre 13 e 15 de fevereiro. Hoje, porém, alguns usuários divulgam números dez vezes maiores, sem qualquer base histórica.

Anteriormente, Alice Weidel, então candidata à chanceleria alemã pelo partido populista de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), afirmou falsamente que Hitler “era comunista”, e não “de direita”, durante uma conversa ao vivo com o magnata Elon Musk. Historiadores discordam veementemente, conforme mostrou a DW.

Vídeos falsos que viralizaram em 2025 

De vídeos virais a imagens geradas por IA, tivemos mais um ano marcado por uma profusão de mentiras na internet. Um deles foi o momento capturado em um telão durante um show do Coldplay, reacendendo a teoria de que a série americana Os Simpsons prevê eventos globais. Spoiler: não é verdade.

Em maio, imagens manipuladas por IA do jovem sírio Muhammad al-Muhammad, que ajudou a impedir um ataque a faca em Hamburgo, inundaram as redes sociais, colocando em dúvida sua participação no ato.

E quanto a um vídeo histórico de Jerusalém, datado de 1897 e a cores, que também viralizou nas redes? Para a surpresa de muitos, real – salvo as cores, que foram adicionadas posteriormente.

E não, os mercados de Natal na Alemanha não foram cancelados em 2025 – e nem “invadidos” por muçulmanos. Tudo isso foi fake.

Brasil: de fake news nacionais a “importadas”

Logo no início do ano, um assunto dominou as manchetes do país inteiro: haveria mudanças nas regras do Pix. Basicamente, a portaria buscava ampliar o monitoramento de transações acima de R$ 5 mil por mês feitas via bancos digitais, fintechs e instituições de pagamento. Mas uma onda de desinformação, que envolveu até um vídeo produzido por IA simulando a imagem e a voz de Haddad, levava os usuários a acreditarem que haveria um novo imposto para enviar dinheiro de forma digital. 

Pessoa clica em ícone para envio de Pix em aplicativo de banco exibido em tela de celular.
Onda de desinformação em torno do Pix levou governo a revogar regra que buscava ampliar fiscalizaçãoFoto: Bruno Peres/Agência Brasil

O impacto foi tamanho que comerciantes passaram a recusar transações digitais, ou mesmo a cobrar mais por elas. Segundo o Banco Central, o volume de transferências por Pix chegou a cair 15,3% nas duas primeiras semanas de janeiro, em comparação com o mesmo período de dezembro. Por fim, o governo se viu forçado a revogar a regra.

Outra notícia falsa que teve origem nos EUA também encontrou eco no Brasil: a ideia de que o paracetamol causa autismo. Pesquisadores, no entanto, rebatem a alegação e afirmam não haver evidências suficientes que estabeleçam uma relação entre o medicamento e o transtorno.

Também um vídeo que mostrava um menino rezando num elevador deu o que falar, até ser revelado que não passava de mais um fake.  

Mais recentemente, às vésperas da COP30, em Belém, uma nova polêmica tomou conta da esfera conservadora nas redes sociais: compartilhando uma notícia veiculada pela rede americana Fox News, Trump afirmou que a Floresta Amazônica foi desmatada para a construção de uma rodovia que serviria ao megaevento da ONU.

Entretanto, a DW checou se a COP30 de fato foi a causa da obra e responsável pelo desmatamento da Floresta Amazônica em Belém. A afirmação é enganosa, uma vez que tenta simplificar o que, na verdade, é um caso complexo antigo no debate sobre a infraestrutura da região.

Colaboração é chave no combate à desinformação

Em 2025, grandes parcerias ajudaram a fortalecer a checagem de fatos. A DW uniu forças com a rede de checagem de fatos da emissora pública alemã ARD e com a Spotlight Network da União Europeia de Radiodifusão (EBU) para enfrentar boatos ligados às eleições e expor campanhas coordenadas – desde operações de influência russa até narrativas enganosas sobre Gaza.

No início do ano, a equipe de checagem da DW publicou diversas verificações de fatos sobre desinformação antes e durante as eleições na Alemanha, em parceria com os verificadores de fatos da ARD Faktenfinder e da BR24 #Faktenfuchs. Um dos casos analisou como Elon Musk tentou influenciar o pleito alemão espalhando informações falsas e enganosas em sua plataforma X.

Outra investigação, conduzida com a EBU, revelou que Israel estava utilizando sua agência de publicidade governamental para executar campanhas pagas internacionais, com o objetivo de moldar a opinião pública em partes da Europa e da América do Norte.

A ascensão dos deepfakes em 2025

Conteúdos gerados por inteligência artificial explodiram – fáceis de criar, difíceis de detectar. De vídeos falsos a imagens fabricadas, nunca foi tão desafiador saber o que é real e o que é fake.

De exemplos aparentemente inofensivos de coelhos pulando animadamente em um pula-pula até noticiários gerados por IA, a nova tecnologia parece ter mudado o jogo.

A IA pode ajudar a detectar notícias falsas?

Depois que a Meta encerrou a verificação de fatos no Facebook e no Instagram nos EUA, muitos usuários recorreram a chatbots como o Grok para verificar conteúdos virais no X. “Ei, @Grok, isso é verdade?” era uma das perguntas mais populares feitas na plataforma.

Apesar de recursos como notas comunitárias e ferramentas de IA, erros ainda persistem. Um exemplo foi uma foto atual de Gaza, que o Grok identificou incorretamente como uma imagem antiga do Iraque, alimentando desinformação.

Conclusão: uma checagem de fatos confiável requer um olhar humano.

Quer se preparar para 2026?

Quer aprender a identificar notícias falsas? Confira o nosso tutorial.

Deepfake: usando a IA para descobrir a verdade

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Como servidor público com mais de 16 anos de experiência, considero fundamental alertar sobre as fake news que viralizaram em 2025. A disseminação de informações falsas pode ter graves consequências para a sociedade, levando a decisões equivocadas e prejudicando a qualidade de vida das pessoas. Por isso, é essencial utilizar a Inteligência Artificial de forma responsável para filtrar e verificar as informações que recebemos, garantindo assim a veracidade dos conteúdos compartilhados. A busca pela verdade e pela transparência deve ser uma prioridade de todos nós, pois só assim poderemos construir uma sociedade mais justa e informada. É importante refletir sobre como podemos combater as fake news e fazer uso da tecnologia de forma consciente e ética, visando sempre o bem comum. Afinal, a informação correta e confiável é o alicerce de uma sociedade saudável e progressista.

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