Eles contornam a ineficácia dos detectores tradicionais com um método simples: inserir instruções invisíveis destinadas a pegar os espertinhos
Desde a primavera de 2023, um professor de História de uma universidade estadunidense vem observando a multiplicação de trabalhos produzidos total ou parcialmente por IA. Enquanto as antigas ferramentas antiplágio detectavam com facilidade um copiar e colar da Wikipédia, elas se mostram quase cegas diante de textos gerados pelo ChatGPT ou por corretores “inteligentes” como o Grammarly.
Na falta de uma ferramenta técnica, ele optou por uma solução artesanal: inserir nas instruções blocos de texto invisíveis a olho nu, mas legíveis pela IA quando um estudante envia o enunciado completo. Essas mensagens acrescentavam uma diretriz parasita, pedindo, por exemplo, que se adotasse uma “leitura marxista” do livro estudado — uma abordagem propositalmente fora de contexto no âmbito da obra analisada.
Como reporta o Huffington Post, o teste é aplicado durante um trabalho do primeiro ano dedicado a Gabriel’s Rebellion, uma obra que descreve uma tentativa de levante de pessoas escravizadas em 1800. Das 122 redações entregues, 33 mencionavam sistematicamente o enfoque marxista, ativando o gatilho da armadilha.
Após um apelo à honestidade feito a toda a turma, outros 14 estudantes reconheceram ter usado uma IA. A taxa final chega a quase 39% dos trabalhos envolvidos. Algumas contestações surgiram, entretanto, com vários alunos afirmando terem sido perseguidos por terem um “estilo correto demais”.
No entanto, nenhum deles consegue explicar precisamente o que é o marxismo nem por que esse …
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