Estudo revelou que um quatro exoplanetas rochosos orbitam a Estrela de Barnard, a cerca de 6 bilhões de anos-luz da Terra
Há muito tempo, astrônomos suspeitavam da existência de pelo menos um exoplaneta ao redor da Estrela de Barnard, uma anã vermelha com cerca de um sexto da massa do Sol.
Localizada a 5,97 anos-luz da Terra, ela é a quarta estrela mais próxima do nosso sistema solar, atrás das três estrelas interconectadas do sistema Alpha Centauri. No passado, acreditava-se que sua oscilação indicava a presença de um gigante gasoso semelhante aJúpiter.
Contudo, um estudo recente publicado na The Astrophysical Journal Letters revelou que essa oscilação resulta da força gravitacional combinada de quatro planetas rochosos menores, cada um com cerca de quatro vezes a massa de Mercúrio.
Os novos mundos, ainda sem nomes oficiais, orbitam tão próximos da estrela que completam uma volta em poucos dias, tornando improvável que sejam habitáveis. Além disso, a descoberta praticamente descarta a existência de exoplanetas na zona habitável da Estrela de Barnard.
Especula-se que avanços na propulsão espacial, como motores de fusão nuclear ou velas solares, possam um dia permitir que futuras gerações explorem ou até colonizem esse sistema, repercute o site Live Science.
“É uma descoberta realmente empolgante. A Estrela de Barnard é nossa vizinha cósmica e, ainda assim, sabemos tão pouco sobre ela. Isso sinaliza um avanço com a precisão desses novos instrumentos em relação às gerações anteriores”, disse Ritvik Basant, doutorando na Universidade de Chicago e primeiro autor do estudo, em comunicado.
Detecção
A detecção desses exoplanetas exigiu técnicas sofisticadas, já que a Estrela de Barnard é observada de um ângulo em que seus planetas não transitam em frente a ela, o que impossibilita a identificação por meio da redução de luminosidade.
Para contornar esse desafio, os pesquisadores utilizaram o espectrógrafo MAROON-X, acoplado ao telescópio Gemini North, no Havaí. Durante 112 noites, ao longo de três anos, foram registradas sutis variações no movimento da estrela para inferir a presença dos planetas.
Inicialmente, apenas três foram detectados, mas um estudo posterior, de outubro de 2024, utilizando o instrumento ESPRESSO, no Telescópio Muito Grande do Chile, confirmou um quarto planeta. A combinação dos dados dos dois equipamentos reduziu a possibilidade de erros e fortaleceu a descoberta, informou o Live Science.
As anãs vermelhas são o tipo de estrela mais comum no universo, mas sua distância da Terra muitas vezes dificulta a detecção de planetas ao seu redor. A confirmação de quatro mundos rochosos em um sistema tão próximo sugere que esses planetas podem ser mais abundantes do que se pensava.
“Encontramos algo que a humanidade, espero, conhecerá para sempre”, declarou Jacob Bean, astrônomo da Universidade de Chicago, em nota.