Queimadas atrapalham promessa de Lula de governo sustentável

Governo anuncia R$ 514 milhões de crédito para combater incêndios

Tem de combinar com o Congresso. Na terça, durante o encontro entre os três Poderes no Planalto, Lula ouviu tanto do deputado Arthur Lira (PP-AL) quanto do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que há apoio no Congresso, mas que a pauta é delicada e deve haver resistência. Lula falou, de imediato, que tudo será negociado.

O governo fez operação de emergência, incluindo o encontro dos três Poderes na terça. Lula se reuniu com os ministros durante praticamente toda a segunda-feira (16). Originalmente, esta era a reunião semanal de alinhamento do governo com lideranças do Congresso, mas, assustado e irritado com o avanço das chamas, ele mudou os rumos do encontro e cancelou uma agenda ligada à economia popular na parte da tarde para discutir o assunto por mais tempo.

Criminosos ou não, incêndios resvalam no governo

Aliados dizem que as queimadas atingem a gestão de qualquer forma —e Lula sabe disso. Em sua fala na ONU, entretanto, ele deverá seguir com a pauta verde, falando sobre os avanços em desenvolvimento sustentável na sua gestão e os méritos da energia limpa no Brasil. Mas também deve destacar que os problemas climáticos são uma realidade e atingem não só o Brasil.

Lula também vai seguir indicando que os incêndios são criminosos, dizem pessoas ligadas à comunicação. Este tem sido o argumento usado pelo governo, respaldado por evidências apresentadas na reunião de terça, e por aliados. No encontro, o presidente tentou ligar o fogo ao bolsonarismo, citando os atos de 7 de Setembro. “Não pode acusar, mas que há suspeita [de crime], há”, disse Lula na reunião, citando chamadas nas redes sociais com a frase “Vai pegar fogo”. “O dado concreto é que, para mim, parece muita anormalidade.”

O próprio Lula tem admitido que o governo foi pego de surpresa. Ele falou em discurso de não estar preparado para o combate e, mesmo já podendo liberar verbas em crédito extraordinário desde a semana passada, a medida provisória só foi detalhada na noite de quarta (18), com a publicação no DOU (Diário Oficial da União).



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