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Redação Rádio Pampa
| 11 de agosto de 2024
A missão espacial da Boeing que prometia ser história está se transformando em um pesadelo para dois astronautas veteranos que estavam a bordo da Starliner. Butch Wilmore e Suni Williams podem ficar presos na Estação Espacial Internacional (ISS) por quase um ano, até fevereiro de 2025.
Uma série de problemas técnicos na espaçonave, principalmente no sistema de propulsão, colocaram em xeque a segurança do retorno à Terra e a saúde dos tripulantes.
A Starliner decolou em seu voo tripulado inaugural em 5 de junho, mas problemas técnicos, como vazamentos de hélio e falhas no sistema de propulsão, impediram o retorno à Terra conforme o planejado. A Nasa avalia a possibilidade de utilizar a Crew Dragon, da SpaceX, para resgatar os astronautas.
Riscos à saúde
A prolongada permanência no espaço pode ter consequências graves para a saúde dos astronautas, com sintomas que podem demorar meses após a volta à Terra por conta da ausência de gravidade.
Ainda que os trajes espaciais sejam pressurizados (semelhante à pressão atmosférica), a pressão extra nas mãos gera menos mobilidade dos dedos e pontos de pressão nas unhas, que ocasionam sua queda.
Outro efeito é a reabsorção de cálcio, que enfraquece os ossos. Ela é causada vida flutuando no espaço. A falta de força e atividade física gera também uma perda de músculos.
Alguns estudos relatam que em um período de seis meses, tempo máximo de uma missão espacial, astronautas podem perder até 10% de massa óssea. Após uma longa missão espacial, alguns astronautas já relataram sentir insônia, baixa imunidade, diminuição de paladar e flashes de luz na vista.
O que aconteceu
Embora seja comum encontrar imprevistos em missões pioneiras, a missão da Boeing é um caso a parte. A Starliner decolou em seu voo tripulado inaugural da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, em 5 de junho. Durante a ida, de 25 horas, engenheiros descobriram cinco vazamentos de hélio separados no sistema propulsor da espaçonave.
A programação era retornar à Terra em 13 de junho, após uma semana na ISS, mas em função de falhas no sistema a nova previsão passou para o dia 2 de julho — e até agora nada.
Histórico
Os problemas Starliner não são de hoje: o primeiro voo de teste não tripulado, em 2019, foi prejudicado por uma falha de software colocando-a na órbita errada.
Já na segunda tentativa, o voo não ocorreu por problemas com uma válvula de combustível. Agora, a gravidade da situação atual levanta questionamentos sobre a preparação da empresa para essa nova fase da exploração espacial. A falha da Starliner pode ter um impacto significativo na reputação da companhia e no futuro de seus projetos. As informações são do Terra.