Se Anielle confirmar denúncias e formalizar à CGU, Silvio Almeida deve deixar o governo, dizem fontes

A conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) a respeito do suposto assédio sexual deve selar o destino do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Esta é a avaliação feita nos bastidores por fontes próximas a Lula, que acompanham de perto os desdobramentos do caso.

A tese é que, se Anielle confirmar as denúncias e dispuser a formalizar um processo junto à Controladoria-Geral da União (CGU), Silvio Almeida deixará o governo. Para um amigo do presidente Lula, a saída dele do cargo é questão de tempo, seja espontaneamente ou por decisão do presidente.

De acordo com uma fonte que diz já ter conhecimento das denúncias há meses, Anielle Franco falava abertamente a colegas de governo sobre o suposto assédio desde o ano passado. As cenas de assédio, segundo esse interlocutor, eram descritas por ela “nos mínimos detalhes”.

Ainda de acordo com esse interlocutor, Anielle sempre teria dito que preferia não formalizar queixa alguma sobre o caso, para não abrir uma crise no governo. O assunto, entretanto, era de conhecimento de vários integrantes da Esplanada e de pessoas próximas ao presidente Lula. A fonte não soube informar quando Lula tomou conhecimento do assunto.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou nesta quinta-feira (5) repudiar “com absoluta veemência” as acusações de assédio sexual contra ele feitas à organização Me Too Brasil, que divulgou um comunicado confirmando ter recebido relatos de vítimas. Em nota, Almeida disse que o único intuito é “prejudicá-lo” e apagar sua luta.

A CNN procurada Anielle Franco, que ainda não se manifestou.

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