16 de setembro de 2024 – 16:49
Texto: Marcel Bezerra / Fotos: Ascom SDA e Marcel Bezerra
Trabalhar políticas para o desenvolvimento da agricultura familiar com vistas à segurança e soberania alimentar, convivência com o semiárido, produção de alimentos saudáveis e respeito ao meio ambiente. De acordo com o secretário executivo da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Marcos Jacinto, o Governo do Estado tem buscado alinhar cada vez mais o seu planejamento e ações estratégicas com a pauta que tem como foco a mitigação dos efeitos das mudanças do clima e construção da chamada “resiliência climática”.
“Nós já temos desenvolvido um conjunto de políticas e ações nessa perspectiva. O programa Mandallas é um grande exemplo disso, é uma tecnologia social que amplia o acesso à água para as famílias. A partir da mandala, a família desenvolve a produção agroecológica. Então são hortas, pomares, criação de pequenos animais, uma iniciativa sempre com o viés de produção de alimentos saudáveis através da agroecologia”, detalha.
Jacinto cita ainda as tecnologias sociais de convivência com o semiárido como ação importante para as famílias que residem no semiárido. Desenvolvido desde 2004 no Ceará, o programa Cisternas tem sido retomado de forma intensificada em nível nacional com o apoio do governo federal. “Para se ter uma ideia, hoje no estado do Ceará nós temos a contratação para implementação de mais de 20 mil tecnologias sociais, sejam as cisternas de primeira água para consumo humano, sejam as cisternas de segunda água para produção de alimentos”, destaca. Segundo ele, as cisternas de segunda água têm o fito de trabalhar a agroecologia e a produção de alimentos saudáveis.
Há ainda, de acordo com o secretário executivo, grandes ações em vias de serem iniciadas no Ceará. “Uma delas é o projeto Sertão Vivo, com financiamento de R$ 252 milhões com o Governo Federal, o BNDES e o FIDA, cujo foco vai ser trabalhar a ampliação da capacidade e da resiliência climática”. Ele adianta que o Sertão Vivo vai financiar atividades produtivas resilientes ao clima, com foco em sistemas agroflorestais e transição agroecológica, assim como a implementação de tecnologias sociais de acesso à água para a produção de alimentos. “Serão mais cisternas, barreiros, barragens e sistemas de reúso de águas, enfim, todas essas tecnologias para a produção também com foco na agroecologia e nos sistemas agroflorestais. E também tem um componente forte de capacitação, de ampliação de escala, de intercâmbio para que a gente possa ampliar o conhecimento e gerar de fato esse engajamento relacionado à resiliência climática”, acrescenta.
A segunda ação estratégica é o projeto Paulo Freire II, também parceria com o FIDA e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aercid) que vai. beneficiar cerca de 80 mil famílias em 74 municípios no Ceará. “O Paulo Freire também tem um componente muito forte de investimento produtivo, então serão financiadas as mais diversas atividades produtivas dos agricultores e das agricultoras. E todo esse financiamento tem como foco também a questão da transição agroecológica, da produção de alimentos saudáveis, com preservação ambiental”. O executivo cita também outro componente importante do projeto, que são os sistemas de abastecimento de água. “Haverá investimentos em sistemas de saneamento rural comunitários, um conjunto de tecnologias que dialogam com essa questão ambiental”, coloca. Os investimentos do Paulo Freire II serão de 139 milhões de euros.
“Então, é nessa perspectiva, a partir de pensar ações estratégicas que tenham como foco a questão ambiental, integrando produção, cuidado com o ambiente, pensando na convivência com o semiárido, a residência climática, que o Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, em parceria com outras secretarias, tem intensificado as suas ações”, conclui.