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Será que a IA vai mesmo substituir o seu trabalho? Descubra aqui!

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Sopa / stock.adobe.com
A inteligência artificial já substituiu tarefas, rotinas e processos. Nunca pessoas.

Essa foi a pergunta que mais me fizeram neste ano. E ela sempre vem carregada de ansiedade, como se o futuro estivesse prestes a bater à porta para levar embora o emprego de alguém. O curioso é que essa não é uma pergunta nova. Ela apenas ganhou uma embalagem tecnológica mais sofisticada.

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A inteligência artificial já substituiu tarefas, rotinas e processos. Nunca pessoas. O Excel não acabou com os profissionais de finanças, o Word não extinguiu escritores e a internet não eliminou empresas. Todos eles mudaram a forma como o trabalho é feito. A IA está fazendo exatamente a mesma coisa agora, só que em velocidade muito maior.

Quando hoje alguém me pergunta se a IA vai roubar seu emprego, eu faço um convite para mudar o ponto de vista. Em vez de pensar no que pode ser perdido, vale olhar para o que está sendo ampliado. A IA não está tirando algo de você. Está multiplicando o que você consegue fazer.

Eu mesmo jamais imaginaria, alguns anos atrás, que faria vídeos, editar imagens, criar sites e apresentações completas sem depender de equipes ou softwares complexos. Hoje isso é parte do meu dia a dia. E você que está lendo esta coluna pode fazer o mesmo. É possível criar vídeos realistas com o Veo3 do Google, montar apresentações em segundos com o Gamma, clonar sua própria voz com o Eleven Labs, gerar vídeos com avatares no HeyGen e até desenvolver um site inteiro do zero com ferramentas como o Lovable. Tudo isso sem saber programar, editar ou desenhar.

Isso não é futuro. É presente.

Talvez a melhor analogia para entender esse momento esteja no filme Sem Limites. Nele, Eddie Morra é um escritor frustrado que recebe uma droga chamada NZT. Ao tomá-la, passa a acessar 100% da capacidade do cérebro. Aprende mais rápido, conecta ideias com clareza e executa com precisão. A droga não cria talento. Ela apenas libera um potencial que já existia.

A inteligência artificial funciona como essa pílula. Ela não pensa por você, mas amplia sua capacidade de pensar. Não cria criatividade do nada, mas acelera quem já é curioso. Não substitui julgamento humano, mas torna decisões mais informadas.

Os dados ajudam a colocar esse debate no chão. Um estudo da McKinsey aponta que até 60% das atividades profissionais atuais podem ser parcialmente automatizadas com tecnologias que já existem. O Fórum Econômico Mundial estima que a IA eliminará milhões de postos, mas criará ainda mais, em novas funções, especializações e formatos de trabalho. O que está em jogo não é o fim do emprego. É o fim de certas tarefas.

A IA é extremamente eficiente em atividades repetitivas, previsíveis e padronizadas. Ela escreve relatórios básicos, organiza dados, responde perguntas simples e executa processos em escala. O que ela não faz é definir o que importa, entender contexto social, fazer leitura política ou tomar decisões éticas. Isso continua sendo humano.

Segundo a Harvard Business Review, profissionais que utilizam ferramentas de IA generativa conseguem aumentar sua produtividade em até 40% em tarefas cognitivas. Não porque trabalham mais horas, mas porque desperdiçam menos energia com o que pode ser automatizado.

Por isso, a verdadeira vantagem competitiva hoje não é saber fazer algo técnico. Isso virou ponto de partida. O diferencial está em saber orientar a máquina, revisar criticamente, conectar ideias e transformar informação em decisão. A IA não substitui quem pensa. Substitui quem apenas repete.

O maior risco, portanto, não é tecnológico. É comportamental. Toda grande mudança encontrou resistência. O rádio foi visto como ameaça aos jornais, a televisão como ameaça ao rádio, a internet como ameaça à televisão. Agora é a vez da IA ser tratada como vilã. E, como sempre, quem luta contra a ferramenta acaba ficando para trás.

No filme, o problema de Eddie não foi tomar a pílula. Foi acreditar que ela resolveria tudo sozinha. A IA também não faz milagres. Ela não cria propósito, ética nem senso crítico. Mas entregar algo valioso para quem aprende a usá-la. Tempo, escala e clareza.

Então, da próxima vez que alguém te perguntar se a inteligência artificial vai substituir o seu trabalho, devolva com outra pergunta. O que você está fazendo para que ela trabalhe a seu favor?

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