Com foco na atualização profissional e no uso ético de novas tecnologias, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) retomou, nesta semana, as atividades do Programa Jornalista do Futuro com a oficina “Inteligência Artificial para Jornalistas”. A capacitação teve início na quinta-feira (3) e seguiu até esta sexta-feira (4), nas instalações da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom-UFBA), em Ondina, Salvador.
A atividade contou com o patrocínio da Bahiagás e apoio institucional da própria Facom e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Oficina reuniu 80 participantes
Dividida em duas turmas — uma vespertina e outra noturna —, a oficina reuniu 80 participantes ao todo, entre estudantes e profissionais da comunicação, com uma carga horária total de 8 horas. As aulas foram ministradas pelos professores Alberto Oliveira e Gabriela de Paula. A proposta do curso foi introduzir conceitos e práticas relacionadas ao uso da inteligência artificial no campo jornalístico.
Entre os temas abordados estavam ferramentas generativas como ChatGPT, Midjourney e Claude, além de conceitos como inovação na comunicação, omnicanalidade e desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais (soft skills) fundamentais no atual ecossistema digital.
Alta demanda mostra interesse da categoria por inovação
A oficina, que inicialmente teria apenas uma turma no turno da tarde, superou as expectativas logo nas primeiras horas após a abertura das inscrições. Em menos de cinco horas, todas as vagas da primeira turma foram preenchidas. Diante da alta procura, o Sinjorba, em articulação com a coordenação da Facom e os professores responsáveis, decidiu abrir uma segunda turma no período noturno — que também teve todas as vagas esgotadas em apenas um dia.
A grande adesão revelou o crescente interesse da categoria jornalística em se adaptar às transformações tecnológicas que impactam diretamente o exercício da profissão. A diversidade dos participantes também chamou atenção, reunindo profissionais de diferentes faixas etárias, áreas de atuação e níveis de experiência, o que contribuiu para a troca de saberes e uma escuta coletiva mais plural.
“Esta surpreendente procura revela a busca dos colegas por atualização e qualificação para acompanhar as transformações tecnológicas que impactam profundamente a comunicação e o jornalismo, em particular”, destacou o presidente do Sinjorba, Moacy Neves.
De acordo com a organização do curso, o objetivo principal foi criar um espaço acessível de qualificação técnica e reflexão crítica sobre o uso da IA no jornalismo. A proposta é que os jornalistas aprendam a lidar com as ferramentas de maneira estratégica, incorporando-as como aliadas da produção de conteúdo, sem abrir mão dos valores que sustentam o jornalismo ético e responsável.
Ferramentas práticas e visão crítica
Durante os dois dias de oficina, os participantes tiveram contato direto com ferramentas de inteligência artificial voltadas à produção de conteúdo, checagem de informações e automação de processos. A aplicação prática incluiu exercícios com prompts, demonstrações de uso no dia a dia das redações e análise de casos que ilustram tanto os benefícios quanto os riscos da adoção de tecnologias emergentes.
Além do aspecto técnico, os debates trouxeram uma abordagem crítica sobre os desafios éticos e profissionais da IA, estimulando a reflexão sobre limites, responsabilidades e novas oportunidades para a prática jornalística. A capacitação ainda ressaltou a importância de desenvolver competências comportamentais como adaptabilidade, pensamento crítico e comunicação assertiva, vistas como indispensáveis para os jornalistas do futuro.
Sinjorba projeta novas atividades formativas
Para o Sinjorba, a oficina marca uma nova etapa do Programa Jornalista do Futuro, que já promoveu ações anteriores voltadas à formação continuada da categoria. A expectativa é ampliar as oportunidades de qualificação nos próximos meses, reforçando a missão da entidade de contribuir com o fortalecimento da profissão frente às exigências da era digital.