Tecnologia e mobilidade: o potencial da IA em veículos autônomos

Flávia da Costa e Silva

4 minutos de leitura

Na medida em que a tecnologia avança, o cenário do transporte está sendo remodelado pela inteligência artificial e pelos veículos autônomos. Essas inovações não são apenas sobre tecnologia; elas estão redefinindo como nos movemos, trabalhamos e vivemos.

A IA está no centro dessa revolução, permitindo que os veículos naveguem em ambientes complexos, tomem decisões em tempo real e, em última análise, transformem a mobilidade.

Esses veículos são verdadeiros data centers sobre rodas que utilizam uma combinação de sensores, câmeras e algoritmos complexos para interpretar seu entorno, prever o comportamento de outros usuários e tomar decisões rápidas que garantam segurança e eficiência.

Um elemento fundamental é o machine learning, particularmente o deep learning. Esses algoritmos permitem que os veículos “aprendam” com grandes quantidades de dados, melhorando sua capacidade de reconhecer objetos, entender padrões de tráfego e se adaptar a novos cenários de condução.

Por exemplo, o Autopilot da Tesla utiliza IA para auxiliar na direção, frenagem e aceleração, enquanto aprende continuamente com experiências de condução no mundo real para aprimorar seu desempenho.

O potencial da IA em veículos autônomos se estende por diversos domínios, no transporte de pessoas e de bens. Ainda vai levar um tempo para que as ruas sejam dominadas por eles, mas algumas soluções já estão implementadas e em uso atualmente:

●  Táxis autônomos: a Waymo, uma subsidiária da Alphabet, já tem esse serviço disponível em Phoenix e San Francisco e em breve começa a operar em Los Angeles e Austin. É uma tecnologia totalmente autônoma, que conta com dados em tempo real de sensores, câmeras, radares e lidars.

Crédito: Waymo

●  Frete autônomo na mineração: a indústria de mineração tem sido uma das primeiras a adotar a tecnologia autônoma, usando caminhões movidos por IA para transportar materiais em ambientes adversos. Empresas como a Rio Tinto implementaram sistemas de transporte autônomo em suas operações na Austrália, reduzindo custos e aumentando a segurança. Esses caminhões podem operar 24 horas por dia, navegando por rotas pré-definidas com precisão e confiabilidade.

●  Drones autônomos: a Zipline revolucionou a entrega de suprimentos médicos em áreas remotas usando drones habilitados por IA. Esses drones navegam de forma autônoma para entregar medicamentos que salvam vidas em locais de difícil acesso, como aldeias remotas em Ruanda. Os equipamentos voam sobre terrenos desafiadores e alcançam seus destinos rapidamente, tornando o atendimento de saúde crítico mais acessível.

●  Integração em cidades inteligentes: a cidade de Columbus (em Ohio, nos EUA) está liderando o caminho no desenvolvimento de cidades inteligentes, integrando tecnologia autônoma e IA em sua infraestrutura de transporte. O programa Smart Columbus inclui veículos conectados, hubs de mobilidade inteligente e shuttles autônomos. A IA desempenha um papel crucial na otimização do fluxo de tráfego, na melhoria do transporte público e no aperfeiçoamento geral da mobilidade urbana.

Crédito: Freepik

Há também um impacto social que pode ser muito importante: os veículos autônomos podem contribuir na melhoria da acessibilidade. Para indivíduos com deficiência visual ou que não podem dirigir, essas tecnologias podem proporcionar liberdade e independência.

Todas essas oportunidades também trazem desafios. Uma das maiores preocupações é garantir a segurança e a confiabilidade desses sistemas em todas as condições. Os veículos autônomos devem ser capazes de lidar com uma ampla gama de cenários, desde céu limpo até chuva forte ou neve, e tomar decisões que priorizem a segurança.

podemos esperar ver mais veículos autônomos nas estradas, capazes de lidar com tarefas de condução mais complexas.

Além disso, os dilemas éticos associados à IA em veículos autônomos, como o famoso “problema do bonde”, precisam ser resolvidos. Como um veículo autônomo deve escolher entre a segurança de seus passageiros e a de pedestres em um acidente inevitável? Essas são questões complexas que exigem uma consideração cuidadosa à medida que avançamos para uma adoção mais ampla da tecnologia autônoma.

O que entendemos hoje por mobilidade já está sendo impactado pela IA e pelos veículos autônomos. Essas tecnologias prometem reduzir acidentes de trânsito, aliviar congestionamentos e tornar o transporte mais acessível e eficiente.

No entanto, o caminho à frente não está livre de obstáculos. Será necessária a colaboração entre empresas de tecnologia, fabricantes automotivos e órgãos reguladores para transformar em realidade todo esse potencial.

Aos poucos,  podemos esperar ver mais veículos autônomos avançados nas estradas, capazes de lidar com tarefas de condução cada vez mais complexas.

Seja por meio de serviços de transporte autônomo, transporte de mercadorias ou iniciativas de cidades inteligentes, a IA está construindo um caminho para um futuro onde a mobilidade seja mais segura, mais eficiente e mais acessível para todos.


SOBRE A AUTORA

Flávia da Costa e Silva é executiva de marketing na Motorola Mobility. saiba mais


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