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A Inteligência Artificial (IA) pode eliminar até 92 milhões de empregos até 2030, segundo previsão do Fórum Econômico Mundial. Embora o impacto deva ser mais sentido em economias desenvolvidas, onde até 60% das vagas podem ser afetadas, especialistas apontam que a transformação no mercado de trabalho não será apenas negativa. A IA também tem potencial para criar 170 milhões de novas funções.
Empresas como Amazon, Microsoft, Shopify e Duolingo já vêm adotando a tecnologia em larga escala, com demissões em massa e reestruturações. A Amazon, por exemplo, confirmou que pretende reduzir o número de funcionários com base na substituição por IA. A Shopify exige que suas equipes justifiquem qualquer nova contratação provando que a IA não pode executar a tarefa.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que um quarto dos empregos globais esteja sob risco elevado de desaparecer. A tendência, diferente de outras revoluções tecnológicas, agora ameaça profissionais com alta escolaridade e funções de escritório, como programadores, analistas de dados, contadores e redatores técnicos.
Já os empregos que envolvem esforço físico ou interação direta, como operários da construção civil, bombeiros e cuidadores, estão entre os mais difíceis de serem automatizados.
Apesar dos alertas, inclusive do papa Leão 14, que chamou a atenção para os riscos à dignidade humana, muitos economistas se mostram otimistas. Para Enzo Weber, do Instituto IAB na Alemanha, a IA tende mais a transformar do que eliminar o trabalho. “Ela permite que os humanos desenvolvam novas funções e executem tarefas de forma mais eficiente.”

Várias grandes empresas do mundo já estão mudando funcionários por inteligência artificial, mas trabalho manual deve resistir (Foto: Reprodução)
Número de empregos
Estudo de Harvard reforça a visão positiva: a automação pode até aumentar o número de empregos em alguns setores, graças à maior produtividade gerada por ferramentas inteligentes.
Ainda é incerto o impacto de longo prazo da IA, mas especialistas são unânimes em afirmar que adaptação será essencial. “A IA é um divisor de águas. Mas exige capacitação e disposição para mudança”, alerta Weber.