O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou o pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que Brasil e Colômbia insistam na possibilidade das forças políticas da Venezuela tentarem o diálogo diante do impasse no país pós-eleições.
Vieira levou o recado do presidente brasileiro ao chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, nesta quinta-feira (15), durante uma reunião.
Ambos os chanceleres continuam trabalhando nos bastidores para tentar promover uma saída acordada entre o governo do presidente Nicolás Maduro e seus oposicionistas, segundo fontes do Itamaraty.
A conversa entre os representantes das diplomacias brasileira e colombiana aconteceu durante escala de Vieira na Colômbia no decorrer da viagem que fez à República Dominicana para participar da cerimônia de posse de Luis Abinader como presidente do país. Vieira também deve conversar com integrantes de outros governos latino-americanos sobre o tema.
Regime desagradável
Em entrevista à uma rádio nesta sexta-feira (16), Lula disse que ainda não reconheceu as eleições venezuelanas, mas afirmou que não considera o país uma ditadura.
“Eu acho que a Venezuela vive um regime muito desagradável. Não acho que é uma ditadura, é diferente de uma ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como a gente conhece tantas ditaduras nesse mundo”, disse o presidente brasileiro.
O Brasil tenta atuar como mediador da situação desde as eleições de 28 de julho. A princípio, o grupo de países dispostos a negociar uma solução pacífica ainda incluía México e Colômbia.
Contudo, o México resolveu pausar as mediações conjuntas. Como trouxe a analista da CNN Jussara Soares, a medida não deve impactar nas tentativas de Brasil e Colômbia em avançar na tentativa de encontrar uma solução pacífica entre a oposição e o governo venezuelanos.
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