A deputada Carla Zambelli (PL-SP) protocolou uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) e na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o Ministro-Chefe da Casa Civil, Rui Costa. A investigação se refere a possíveis irregularidades na destinação de verbas públicas e no uso de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para beneficiar uma propriedade rural supostamente vinculada ao ministro. Segundo Zambelli, há indícios de favorecimento pessoal, configurando possível desvio de finalidade e improbidade administrativa.
O foco da denúncia é uma área rural localizada entre os municípios de Ipiaú e Itagibá, na Bahia, que teria sido adquirida por Rui Costa, mas registrada em nome de terceiros. De acordo com informações da imprensa, a propriedade foi beneficiada recentemente com a destinação de R$ 42 milhões do PAC, programa coordenado pelo próprio ministro. “Há indícios de que Rui Costa possa estar utilizando sua posição para destinar recursos públicos a uma propriedade rural que seria de seu uso”, afirmou Zambelli, questionando a legalidade da operação, especialmente a ausência de registro em cartório e o não pagamento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
Além das verbas do PAC, Zambelli destacou a realização de obras de pavimentação na rodovia que dá acesso à fazenda, sob a responsabilidade do governo estadual da Bahia, administrado por Jerônimo Rodrigues (PT-BA), aliado de Rui Costa. A obra, que custou R$ 11 milhões, reforça as suspeitas da deputada sobre o uso indevido de recursos públicos para benefício pessoal. “São características que remetem ao modus operandi dos coronéis descritos por Victor Nunes Leal”, acrescentou, em referência à obra “Coronelismo, enxada e voto”, publicada em 1948.
A representação apresentada pela deputada solicita que o TCU e a PGR investiguem as suspeitas de desvio de finalidade, improbidade administrativa e lavagem de dinheiro por parte de Rui Costa. Zambelli argumenta que as evidências apontam para um esquema que envolve o uso da máquina pública para favorecer interesses pessoais, comprometendo a transparência e a ética na administração pública.