A iniciativa, em parceria com a Associação de Turismo de Cascais, parte da certificação internacional Food Made Good da Sustainable Restaurant Association. Propõe um programa imersivo, de um dia e meio, durante o qual as equipas vão trabalhar com os restaurantes para criar um “diagnóstico” da situação atual e um método para acelerar uma transição sustentável. “Pelo que vemos em Portugal, temos muitos bons restaurantes em que o que falta é monitorizar o custo da água ou o tipo de materiais e energia que usam, mas em três ou seis meses, ou com pior maturidade num ano, vão conseguir dar esse salto“, explica.
Em Portugal o SEM, gerido por George McLeod e Lara Espírito Santo, é o único restaurante com esta certificação internacional, obtida de forma independente do projeto em janeiro deste ano. Daniela Afonso quer ver este número crescer para pelo menos 50. Por agora, conta com dez inscrições de restaurantes e grupos hoteleiros na sua iniciativa.
“Temos um exemplo de um restaurante que até as espinhas do peixe usa, outro que aproveita um tipo de vaca específica daquela região e garante que aquele tipo de vaca está bem tratado, que se reproduz, que continua”, refere. Este foi só um de vários exemplos de estratégias de sucesso pelo país recolhidos pela equipa da Nova SBE e que serão expostos num documentário. “Parece um bocadinho cómico, mas a realidade é essa: temos de crescer com os fornecedores que estão no nosso perímetro e os fornecedores têm de crescer connosco.”
“Isto é muita speed“, exclama Daniela Afonso quando os Fab Four interrompem uma nova ronda de entrevistas com os investigadores. E com a pressa, o Observador baralha-se e vai parar ao posto errado. As questões sobre o restauro de ecossistemas marinhos e o aumento da resiliência climática são adiadas para depois da conversa com Marco Berti, do Leadership for Impact Knowledge Center e autor de um estudo sobre os comportamentos das empresas durante conflitos.
O investigador trabalhou com colegas do Líbano e de França para compreender qual pode ser o papel das empresas para favorecer as condições de paz. “Não é tanto algo que possa acontecer durante uma guerra, como a crise da Faixa de Gaza; a questão é, uma vez alcançado um cessar-fogo, como é que as empresas podem prevenir condições que gerem novos conflitos“, diz. Marco Berti salienta a importância de contratar pessoas de diferentes backgrounds, garantir que não há uma distribuição hierárquica rígida — por exemplo todos os israelitas em cargos de topo e os palestinianos na base — e criar oportunidades de socialização pouco a pouco. “Para que possam realmente aprender como podem ajudar-se uns aos outros na resolução de problemas comuns.”