Apesar da volatilidade que lhe está associada e do medo que muitos lhe têm, o Bitcoin parece estar a ser usado pelos investidores para se protegerem do risco. Esta é, pelo menos, a teoria de analistas.
Dados da Morningstar sobre 294 fundos de criptomoedas mostram que estes atraíram 7,05 mil milhões de dólares em entradas líquidas no mês passado, o maior valor desde dezembro, elevando o total de ativos sob gestão para um recorde de 167 mil milhões de dólares.
Na perspetiva de Nicolas Lin, diretor-executivo da empresa de tecnologia financeira Aether Holdings, citado pela imprensa, o Bitcoin "está a começar a ganhar destaque novamente" não apenas como um ativo de alta volatilidade, mas como algo a que mais utilizadores estão a recorrer para se proteger contra riscos.
Nos últimos três meses, o Bitcoin valorizou mais de 15%, superando o aumento de 3,6% do Índice MSCI World e o crescimento de 13,3% do ouro.
A criptomoeda tem sido impulsionada por investimentos institucionais ao longo do último ano, após a aprovação dos fundos cotados em bolsa (em inglês, ETF) de Bitcoin e Ether.
Investidores aproximam-se do Bitcoin
Segundo Nic Puckri, analista e fundador da Coin Bureau, este crescimento do Bitcoin dever-se-á, entre outras coisas, à perda de confiança na história de investimentos dos Estados Unidos.
Prevê-se que o dólar continue a cair, os rendimentos das obrigações estão a subir, há incerteza sobre os mercados acionistas. Mas o Bitcoin parece estar a manter-se forte.
Com novos recordes, em maio, os ativos detidos em fundos de criptomoedas estão a beneficiar do abrandamento das tensões comerciais, que aumentou a vontade de arriscar.
Num contexto verdadeiramente tenso, alguns investidores estão a recorrer às moedas digitais para se protegerem contra a volatilidade do mercado e diversificarem as suas participações nos Estados Unidos.