A nova descoberta permite que os robots operem em tecidos moles como vesículas biliares. O estudo sobre a operação foi publicado na revista Science Robotics e aponta que apesar de mais lentos, os robots foram capazes de irem corrigindo erros com o passar do tempo e mostraram adaptar-se às variações anatómicas em diferentes momentos.
A equipa que liderou este projeto faz parte das Universidades Johns Hopkins, Stanford e Columbia e os seus membros consideraram que foi alcançada uma “meta que leva à implantação clínica de sistemas cirúrgicos autónomos”.
Numa operação a uma vesícula, sem ajuda humana, o robot treinado através de inteligência artificial levou apenas cinco minutos a realizar o procedimento de 17 passos, cortando a vesícula da sua ligação ao fígado, aplicando depois seis agrafos numa ordem específica, removendo depois o órgão.
“Fomos capazes de realizar um procedimento cirúrgico com um nível de autonomia alto. Em trabalhos anteriores, fomos capazes de realizar alguns procedimentos como suturas. O que aconteceu aqui é realmente um procedimento por inteiro. Fizemos isto em oito vesículas biliares, órgão em que robot foi capaz de atuar de forma precisa com a remoção da vesícula sem intervenção humana”.
A explicação foi dada por Axel Krieger, professor Assistente de Engenharia Mecânica da Johns Hopkins.
“Penso que é um grande marco neste estudo que mostra que este tipo de cirurgia em tecidos moles é possível de realizar de forma autónoma”.
O autor do estudo, Ji Woong Kim, da Universidade de Stanford, revelou que o trabalho realizado permite mostrar que “modelos de IA podem ser fiáveis o suficiente para a autonomia cirúrgica, algo que parecia distante, mas que é comprovadamente viável”.
O próximo passo é continuar a treinar estes robots em procedimentos cirúrgicos diferentes para a expansão de capacidades. Espera-se que numa década, a autonomia destes robots permita testar estes procedimentos em humanos.